28 janeiro, 2008

A carta _ Pico Agudo

Excelentíssimo Deputado Estadual Sr.Luis Eduardo Cheida:

Há tempos tenho notado sua preocupação com as questões ambientais, o que me fez aproximar de sua trajetória e suas ações. Também venho dando alguns palpites por meios eletrônicos desde o fatídico incêndio no Parque Estadual do Pico Paraná, onde fui prontamente atendido pela sua assessoria, e suas ações resultaram em melhorias para aquela empreitada.
Sou Geógrafo, professor, montanhista, marido, pai e apaixonado pelo Paraná.
Há mais de ano venho notando que muitas pessoas querem uma maior atenção a uma pequena porção do Estado do Paraná, o Pico Agudo. Este é a maior referência do montanhismo no interior do Estado. Bem ali, onde o rio Tibagi “passa” do segundo para o terceiro planalto paranaense.
Gostaria que o senhor “desse uma olhada” ou “pensasse” na possibilidade de se criar um Parque Estadual, o PARQUE ESTADUAL DO PICO AGUDO em Sapopema, norte pioneiro. A área em questão, pertence à Fazenda / RPPN In-Nhô-O, com uso da terra comum à região, reflorestamentos, pecuária de baixa produtividade e varas.
Esta fazenda teve grandes áreas desapropriadas para a reforma agrária. Pouco sei sobre a questão fundiária, a não ser que tem uma placa de RPPN. Esta área é muito antiga na região, que é constituída por uma sociedade com mais de um proprietário. Também deve-se ressaltar que mesmo o proprietário e o administrador da fazenda permitem o livre acesso da população ao local.
Por outro lado, há a questão regional de Sapopema, um dos municípios com mais urânio do Brasil. Esquecida após a década de 60, com uma população pequena e com grande fluxo migratório, possui grandes belezas naturais, sendo a mais famosa o Salto das Orquídeas, e outras lindas paisagens como a Serra do Gato, o vale escarpado do rio Lageadinho, as cachoeiras do rio Lambari, as pescarias no rio Tibagi e o relevo muito acidentado, que por um lado deflaciona o valor da terra e por outro oferece incríveis vales e perais.
Quanto à questão da biodiversidade e sua preservação, a área descrita é de grande importância. As margens do rio Tibagi estão a 500 metros aproximadamente e o cume com mais de 1200 metros acima do nível do mar, portanto, agrupando um mosaico de tipos vegetacionais e inserido do contexto dos corredores biológicos estaduais.
Outro ponto interessante é a questão do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce no mundo e a falta de opções encontradas pelos montanhistas da região de Londrina. O papel do estado seria fomentar atividades.
Uma boa referência para o parque seria o de torná-lo sustentável, incluindo-o no processo de “seqüestro de carbono”, de modo a cobrir alguma emissão estadual, por exemplo, a da Assembléia Legislativa, ou de hospitais, por exemplo, de modo que com o tempo o parque se pagaria.
Deve-se ressaltar que grande parte da área atualmente é utilizada como uma pastagem de baixa produtividade. Já os perais mais altos, orientados para o sudoeste, são inacessíveis e pouco alterados.



ps: esta foto é a mesma que está a algumas postagens.



Foto: Aspecto do Pico Agudo, vista tomada NE-SO, nota-se capões de mato e áreas de pastagem (capim colonião), trilha fácil a moderada, com grandes possibilidades de vias para a escalada técnica.















Imagem Google: Nesta imagem pode-se observar A orientação do Rio Tibagi,

3 comentários:

ZELEO disse...

Prezado Leonardo,
Sua mensagem foi recebida, impressa e encaminhada ao deputado Luiz Eduardo Cheida.
Aguarde contato em breve.
Atenciosamente,
Equipe de Luiz Eduardo Cheida

Anônimo disse...

Isto mesmo meu amigo!!!

Isto é cidadania, é ser brasileiro. É muito mais do que dizer-se preocupado com o meio ambiente sem levantar o traseiro da cadeira, desligar a televisão, consequentemente não agindo.

PARABÉNS!!!

Ao invés de criticarmos, quem quer que esteja nos governando, temos que colaborar, propor alternativas e soluções. claro que isto envolve outra responsabilidade , que a maioria das pessoas não quer se envolver, que é cobrar posições sobre estas ações porpostas. Acabou a época de ficar esperando que o "governo" faça alguma coisa. Se quisermos teremos que batalhar para que aconteça.

Sucesso e boa sorte na empreitada.

Paulo Augusto Farina disse...

Grande Zeleo!

Deveras o PA é um cenário transcendente. Seu apoio é fundamental na luta pela Preservação deste Templo do Montanhismo Norte Paranaense. É na Serra dos Agudos que se encontra o Canyon mais profundo do Estado do Paraná, reconhecido pelo professor Olavo Soares da UFPR. Este Canyon é inexplorado para fins de ecoturismo e turismo de aventura. A Região merece maior atenção dos Poderes Públicos e um Zoneamento Ecológico e Econômico é um paço importante neste sentido. Vale lembrar que a região está sendo ameaçada pela contrução de 07 Usinas Hidrelétricas para suprir com energia o Estado de São Paulo. E mais: Cerca de um milhão de habintantes dependem diretamente da água do Tibagi para sua subsistência e as barragens prejudicarão seriamente a qualidade da mesma. Publiquei algumas imagens desta região magnífica, desonhecida, porém ameaçada: http://www.panoramio.com/user/1146346

Bons Ventos!