22 abril, 2008

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No feriado do Tiradentes, estava no meus planos ir para a serra, sábado me enrolei e deixei para domingo. Domingo as 5:30 quando o despertador tocou estava eu com uma baita enxaqueca, passei o Domingão muito mal.
Segunda fui andar pela Serra da Graciosa, queria conhecer melhor a trilha para o morro da Farinha Seca.
Logo no início da trilha me deparo com uma serpente, tudo bem que era pequenininha e saiu fora, mais era uma cobra. Nessa altura da subida o chuvisco e a vegetação encharcada me faziam pensar que seria mais um dia clássico de mãe catira, pois todas as vezes que fui para lá o tempo estava fechado, por vezes muito fechado, mesmo assim prossegui, e antes de uma hora de trilha, ainda sob a floresta, percebi que o céu estava azul, coisa que há dias eu não via.
As dicas que eu tinha eram que a trilha inicia-se logo>>>>>>>>>>>>>>CENSURADO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> que existe no morro da Mãe Catira, lá cheguei por volta de 9:00 horas da manhã, e um belo mar de nuvens sobre o planalto. Ali fiquei procurando o início da trilha, que de bate pronto não achei.
Resolvi então procurar a montante, já que a informação que eu tinha, poderia estar desencontrada, pois quando a ouvi, não estava muito focado nesta região, que hoje está na mira.
Pensei com meus botões que poderia estar mais a montante, e lá fui eu vasculhando as entradas e nada. Assim foi até o marco geodésico do mãe catira. (ALIÁS AS VÁRIAS ENTRADAS: parecem ter o mesmo intuito que o meu. Por que não tornar “aberta a trilha”? – censurei pois acho que as pesoas que pensam diferente de mim são maioria.)
Como nunca tinha visto um visual aberto ali naquele ponto, todas as quatro vezes que havia ido a chuva tinha sido minha companheira, resolvi esticar até o Sete, e valeu a pena, um visual surpreendente, os espelhos de falhas, a erosão remontante, o som da cachoeira descendo no outro lado do vale. Ali fiquei um bom tempo lagartiando no sol, secando o suor da minha camisa e olhando meu “alvo”. Caderninho preenchido, voltei com o toninho.
Estamos com um sério problema por lá, efeito de borda com bambus, eles querem tomar conta dos jardins das bromélias, observem que eles estão dominando as bordas das trilhas, já que é o ponto onde a claridade permite o seu desenvolvimento. Será isso um desajuste ambiental? Em vista que a floresta intacta não permitiria a proliferação destes seres por ali.
Na região da floresta ombrófila mista, região do 3° planalto paranaense, pequenos fragmentos florestais são sufocados por lhanas que tomam o dossel e dominam os fragmentos levando-lhes a morte. E lá se dá o nome a esse fenômeno de efeito de borda. Plausível ao que está acontecendo por aqui, mesmo que não seja por lhanas e sim por bambus que na claridade gerada pelas estreitas trilhas conseguem seu lugar ao sol, e com o tempo todos sabem a quiçaça que aquilo virará.
Bem, mais voltando a trilha, dei uma pequena contribuição no trecho da subida para o mãe catira vindo do sete. Desci >>>>>>>>>>>CENSURADO>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>, larguei a mochila e reiniciei minha busca, sabendo que só faz lógica uma trilha para o pequeno polegar por ali. A menos de três metros de onde eu havia procurado pela primeira vez, lá estava ela, linda formosa e arregaçada, maior freeway, fitas e tudo, desci um trecho e voltei, fica para a próxima vez.
Aí voltei para a minha mochila, quando coloco um chá para ferver, percebo uma bolota, do tamanho de uma bolinha de tênis de mesa, rolando para dentro de um buraco embaixo do capim rente a clareira. Aquilo me deixou encasquetado. Fiquei esperando, o chá ferveu, tomei.... até que desencanei daquilo, foi quando olhei e vi, uma baita de uma caranguejeira com a “bola de ping-pong” o que presumo que seja um casulo de seda com seus ovos e ela os colocando para aquecerem no sol, que naquela hora, nem mais ardia tanto. Ai depois vi mais duas aranhas nas mesmas condições.
Desci a trilha, fechando alguns desvios ingratos com galhos e coisas da trilha.
Cheguei ao corvinho, me arrumei, dei uma prosa com o Seu Espalha Brasa, que agora esta famozão, apareceu até na RPC. Aí na conversa ele me contou a respeito do nome Rio do Corvo.
Que na época da graciosa a Burro, naquele ponto os burros faziam alto, para tomar uma água por ali, e que segundo o Seu Espalha Brasa, a água muito gelada do rio dava um piriri nos muares, que ali mesmo empipocavam, alguns eram enterrados, outros não e o cheiro da putrefação atraía os corvos para a ceia, aí a história da toponímia do rio do Corvo.
É, foi isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara que vontade de ir pro mato que deu ao ler isso ai... Abraço, legal seu blog!!